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Saneamento Ecológico Vs Convencional

Os sistemas convencionais de tratamento de esgotos provocam impactos ao meio ambiente e à saúde das populações, através do lançamento de esgotos parcialmente tratados em corpos de água. Essas formas de tratamento e disposição de esgotos apresentam sérios riscos ao ambiente e à saúde da população (Esrey, 1998). Os conceitos e técnicas apresentados pelo Saneamento Ecológico e pela Permacultura representam uma nova abordagem a essa problemática, apresentando soluções ecoeficientes para tratamento e reuso domiciliar dos efluentes.

O esgoto doméstico é composto essencialmente por água de banho, excretas, papel higiênico, restos de comida, sabão, detergentes e águas de lavagem, oriundos das águas servidas de residências, instituições, estabelecimentos comerciais ou quaisquer edificações que disponham de instalações de banheiros, lavanderias e cozinhas (Ministério da Saúde, 1999). Apesar dos hábitos dos usuários e do volume de água consumido afetarem diretamente a sua composição, os efluentes do esgoto doméstico podem ser classificados basicamente em dois tipos: águas negras e águas cinza.

A divisão das águas negras (oriundas do vaso sanitário) e das águas chamadas cinzas (não contaminadas com fezes) permite o tratamento prático e descentralizado dos diferentes tipos de efluentes domésticos, o que possibilita o reuso da água e o aproveitamento dos nutrientes contidos no esgoto.

O tratamento da água cinza é relativamente simples, dependendo do objetivo do reuso, podendo ser feito nas próprias residências, inclusive com aplicação direta no solo, para irrigação de árvores e jardins, desde que sejam seguidos alguns critérios de ordem sanitária (Ridderstolpe, 2004). Já o efluente do vaso sanitário, contendo fezes e urina, é chamado de água negra e necessita de sistemas de tratamento mais complexos para reduzir sua carga de agentes patogênicos (Esrey et al., 1998).

O Saneamento Ecológico tem como enfoque principal o aumento da disponibilidade hídrica pela economia de água, a proteção dos recursos hídricos pelo não lançamento de esgoto – tratado ou não – nos cursos de água, possibilitando a reutilização racional de todos os nutrientes presentes nas excretas (Winblad & Simpson-Hérbert, 2004). Também representa uma das soluções para a queda nas emissões de carbono, além de estar diretamente ligado a três dos oito objetivos de desenvolvimento incluídos nas Metas do Milênio das Nações Unidas, a serem cumpridos até 2015, que são: erradicar a extrema pobreza e a fome, reduzir a mortalidade infantil e garantir a sustentabilidade ambiental (SIWI, 2005).

Neste contexto uma série de soluções alternativas tem sido apresentadas, testadas e implantadas em todo o mundo e a equipe do Ecoeficientes não poderia deixar de abordá-las. Neste primeiro momento, daremos foco àquelas técnicas que julgamos ser as mais simples, eficientes e acessíveis. Nomeadamente o BET (Bacia de Evapotranspiração), a Fossa Séptica Biodigestora, os Biodigestores Chinês e Indiano (que se aplicam mais em áreas rurais e produzem biogás), o Bason (sanitário compostável seco) e os Filtros Biológicos (utilizados para o tratamento das águas cinzas).

Pedro Monteiro

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