Beleza, conforto, economia e ecoeficiência
Neste projeto, o arquiteto Rafael Loschiavo do escritório especializado em Construção Sustentável ECOEFICIENTES, reúne apuro estético e princípios ecoeficientes para criar ambientes cheios de conforto e estilo.
O projeto de arquitetura desta residência localizada no Jardim Europa, bairro nobre de São Paulo, foi pensado para integrar soluções ecoeficientes à um design de alto padrão. Os principais desafios eram utilizar materiais e acabamentos que resultassem em uma valorização do imóvel para uma breve venda e permitissem que os futuros moradores economizassem energia e água durante a vida útil do imóvel.
Com todos estes conceitos em mente, muito foi economizado durante a obra.
O RETROFIT ECOLÓGICO modernizou toda a aparência tradicional da residência, mas a estrutura principal da construção já existente foi mantida, preservando fundação, pilar, viga e laje feitos em estrutura de tijolo e cimento padrão.
Para ampliar a área, foi utilizada um sistema construtivo de grande oferta no local, estrutura metálica e laje de concreto pré-fabricada, o que reduziu o tempo da obra: no total foi gasto apenas um mês para toda estrutura. Consequentemente o gasto com mão de obra também diminuiu, juntamente com os resíduos e os desperdícios. Consideramos-os assim o uso desse sistema como uma boa alternativa para a situação. ” Não existe material do mal, tudo deve ser utilizado respeitando a disponibilidade na região e utilizando-os em funções correspondentes às suas características técnicas.” Diz o arquiteto.
TELHADO VERDE
O antigo telhado de estrutura de madeira e telhas cerâmicas foi retirado e doado para os próprios funcionários envolvidos na obra. A cobertura antiga deu lugar a um telhado verde de 38 m2. Feito por uma mão de obra convencional treinada pelo arquiteto Rafael Loschiavo, o telhado verde seguiu o seguinte procedimento:
1- Uma laje de concreto com uma inclinação de mais ou menos 1,5% para escoar bem a agua da chuva por um ralo;
2- Para a impermeabilização foi aplicada nessa laje uma manta asfáltica que vira e sobe nas bordas até 40 cm de altura. Depois, o local foi coberto com concreto;
3- Espalhamos (com um rodo) a argila expandida sobre a laje, criando uma camada uniforme de mais ou menos 7 cm de espessura;
4- Esticamos uma manta de Bidim, sobrepondo uns 10cm um sobre o outro.
5- Em cima da manta de Bidim, é espalhada uma camada de substrato de mais ou menos 7cm
6- Sobre o substrato foram dispostas placas de grama esmeralda, de forma que não encostem nas paredes, preenchendo esse espaço com argila expandida para facilitar o escoamento e evitar a infiltração;
7- Durante as primeiras semanas a grama deve receber bastante água para a sua melhor adaptação.
Esse modelo de cobertura apresenta muitas vantagens. A terra e a grama ajudam manter a temperatura interna do ambiente amena devido à sua baixa inércia térmica. Diferente das lajes impermeabilizadas e das telhas convencionais, a cobertura verde demora para esquentar com o sol, com isso, ajuda a resfriar o ambiente no verão e aquecê-lo no inverno.
HORTA FAMILIAR
O telhado verde trouxe muitos passarinhos para a residência e também deu espaço para cultivo de uma horta familiar.
Foi implantada neste agradável local uma jardineira com irrigação automatizada e altura ergonômica e profundidade suficiente para o cultivo da maioria das espécies.
VALORIZAÇÃO COMERCIAL
Substituir a telha convencional por um agradável jardim mirante para toda a família adicionou 38 m2 na área privativa da casa ( incrementando, portanto, seu valor de venda).
CISTERNA – RESERVATÓRIO DE ÁGUA DE CHUVA
VEJA COMO FAZER A CAPTAÇÃO DA ÁGUA DE CHUVA E ONDE VOCÊ PODE USAR-LA
Outra função do telhado verde é captar a água da chuva. Esta que vai para um reservatório (cisterna) localizado estrategicamente no térreo da construção para economizar na estrutura, já que se encontra apoiado no chão. Essa água é utilizada para irrigar a parede verde, a horta e outros jardins. Ela serve também para ser usada nos dois vasos sanitários da casa. Com uma torneira também é possível acessar a água da cisterna diretamente para outras atividades, como a limpeza do piso.
ILUMINAÇÃO E VENTILAÇÃO NATURAL
Grandes aberturas foram calculadas para garantir uma iluminação natural adequada durante o dia além de uma ventilação cruzada que dispensa o uso de ar condicionado no local.
Saiba mais em Como calcular o ângulo que o Sol bate na janela
PAREDE VERDE
A fachada principal foi revestida por uma parede verde produzida com placas feitas de embalagens de caixas de leite recicladas e prensadas, além de um feltro de poliéster produzido a partir de garrafas pet. E a vegetação escolhida foi um conjunto de exuberantes espécies hipífitas naturais da Mata Atlântica.
Saiba mais em: Como fazer uma parede verde?
MOBILIÁRIO RECICLADO
O mobiliário, mesas, cadeiras, sofás e almofadas são feitos com peças de madeira de demolição e tecidos de fibras naturais.
Os materiais estruturais escolhidos também apresentam uma estética atraente que reduz a necessidade de revestimentos. As vigas e pilares metálicos, assim como as lajes pré-fabricadas de concreto, ficaram aparentes.
Para a padronização estética foi usada madeira cumarú proveniente de manejo florestal consciente na estrutura da cobertura de vidro, bancada, na janela, na porta e na lateral da área de spa.
O toque natural na estética do ambiente também é dado por um revestimento fulget que utiliza pedras locais com suas cores naturais.
REVESTIMENTO DE TERRA
O revestimento da parede principal foi produzido e aplicado também por mão de obra convencional treinada pelo arquiteto responsável, utilizando um revestimento de terra feito com terra, areia e fibras naturais misturados com os pés e aplicados manualmente.
Veja abaixo como foi feito o Revestimento de Terra?
A parede existente foi rapada, arrancando a pintura e um pouco de massa, libertando uma parede de tijolo.
A tubulação elétrica nova já foi passada.
Atenção – As massas das frestas entre tijolos foram consideravelmente raspadas para garantir a aderência do revestimento. Vale a pena o esforço!
Ingredientes da massa do adobe: Terra + Areia + Esterco de Cavalo + Água
Ferramentas: Peneira + Balde + Lona
A terra que conseguimos foi de um formigueiro de um sitio em Atibaia, uma terra muito uniforme e com uma cor bastante forte.
A composição da mistura do revestimento de terra usando a massa de Adobe é:
1 Balde de Terra
1 Balde de Esterco
2 à 3 de Areia ( depende do nível de arenosidade da terra)
Para saber como identificar o nivel de arenosidade do seu solo clique aqui
1- Estique a Lona
2- Misture a Terra e a Areia de maneira que quase se tornem uniformes.
3- Triture bastante o estreco e misture-o à seco com a terra e a areia
4- Forme uma montanha com um furo no meio, parecido com um vulcão, e vai jogando água nesse buraco, jogue de pouco em pouco de forma que á água não escorra para a lona.
5- Mistrure com os pés, pise e esmague, você vai sentir que a massa ta dando liga, inicie movimentos espirais de dentro para fora para garantir uniformidade.
6 – Com a mão ou espatula jogue a massa na parede e espalhe de maneira que perceba todas as superficies aparentes do tijolo estejam melecadas e aderindo à massa.
O Resultado é uma parede com uma cor natural e com linhas dos tijolos. Percebe-se na superficie fibras vegetais.
O esterco não cheira absolutamente nada após misturado e aplicado.
Para nós e para a cliente o resultado funcional e estético foi acima do esperado!
Rafael Loschiavo recebe solicitação de projetos e consultoria através de contato .
Confira outros trabalhos em: rafaelloschiavo.com