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Projeto Ravena 30

O PROJETO RAVENA 30 propõe um movimento de mobilização e constante articulação social para, durante um período de trinta anos, criar e manter uma cadeia produtiva a partir do bambu na região do distrito de Ravena. O PROJETO RAVENA 30 se estrutura a partir de 4 programas.

EDUCAÇÃO PARA UMA CULTURA DE SUSTENTABILIDADE

Este programa foca a interação com as escolas públicas, potencializandoalunos e professores como agentes disseminadores da cultura da sustentabilidade. O objetivo é dar dimensão aos valores humanos e conceitualmente preparar a próxima geração para um futuro sustentável, a partir do entendimento e acesso às oportunidades criadas com a implantação da cadeia produtiva do bambu na região. Para além das atividades de mobilização cultural, o projeto disponibiliza agenda, monitores, técnicos e educadores para visitas pedagógicas das escolas municipais e estaduais ao CERBAMBU.  Atualmente, trabalhamos às quartas feiras com um grupo de 80 adolescentes, das escolas municipais e estaduais de Ravena. Este trabalho é fruto de uma parceria local realizada entre a BAMCRUS, o Instituto Renascer da Consciência – IRC e  o Instituto Cultural para o Desenvolvimento e Educação Permanente – ICDEP, que há dois anos criaram e mantém em Ravena, o Centro Cultural da Escola do Ser e do Saber. Tal parceria tornou-se uma alternativa promissora às crianças e adolescentes da comunidade, para a conquista de formas inovadoras e construção da realidade, durante o contra-turno escolar. Em 2012 serão atendidos os alunos das escolas públicas Municipais Afonso Maria da Silva e Orosimbo.

ECONOMIA CRIATIVA COM COMPROMISSO AMBIENTAL

O bambu é matéria-prima durável e de singular estética, para o desenvolvimento de produtos e serviços com alto potencial para geração de renda. O Projeto RAVENA 30 oferecerá a partir de agosto de 2011, no Núcleo de Atividades e Vivências do CERBAMBU, uma agenda de oficinas e cursos de iniciação profissional, nas áreas de design, cultivo, bioconstrução, mobiliário e artesanato. Após a formação nos cursos, os interessados poderão se qualificar na INCUBAM, uma incubadora de empreendedores, para a estruturação, coletiva ou individual, de empreendimentos afins. Com a apropriação tecnológica, suporte operacional e estímulo na consecução das atividades, setores como fornecimento de matéria-prima, produção, transportes, comércio e administração, terão a oportunidade de se estabelecerem conscientes e compromissados, para que o crescimento econômico na região seja também motor de uma restauração ambiental. Atualmente a equipe da BAMCRUS esta selecionando aprendizes na comunidade de Ravena, para formação de um grupo de artesãos a ser capacitado com a finalidade de trabalhar na execução de uma obra civil em bambu, contratada pela empresa de alimentos Nestlé.

SEQUESTRO DE CARBONO COMO FERRAMENTA SOCIAL

O bambu possui as maiores taxas de crescimento entre os vegetais de porte arbóreo. Sua reprodução é assexuada (não necessita de replantio por longos ciclos vegetativos) e apresenta excelente rendimento por unidade de área. Tais características o credenciam como um magnífico recurso para sequestro de carbono. Este programa propõe disseminar a cultura do bambu, com vista à exploração de um recurso natural renovável, não madeireiro que evite o desmatamento. O projeto pretende estimular o cultivo de 5.000 hectares (em áreas degradadas) de árvores nativas, consorciadas com espécies de bambu. A meta é sensibilizar proprietários para, em 10 anos, gerar matéria prima e suprir com bambu 5% do mercado mineiro de madeira para telhado, marcos, portas e janelas. O plano para o sequestro de carbono e a venda coletiva de créditos no mercado voluntário, trará para a comunidade uma nova perspectiva econômica, fortalecerá o caráter dos empreendimentos de base comunitária, promoverá a preservação das reservas legais e a recuperação de áreas erodidas, desenhando assim o papel das comunidades rurais na restauração da regularidade climática. Para dinamizar esse programa, a BAMCRUS intensificará o movimento de mobilização e articulação social, especialmente junto aos produtores e proprietários rurais da região, com a finalidade de sensibilizá-los e angariar adesões ao programa. Outro passo importante será desencadear um projeto de regularização fundiária, uma vez que a maioria dos proprietários rurais de Ravena não possui documento de posse definitivo, o que mina a credibilidade do programa de venda de créditos de carbono. Também será realizado um trabalho para divulgação da Lei 1.180, (aprovado em 2007 pela Câmara dos Deputados, em 2011 pelo Senado Federal e sancionado pela presidente Dilma) que estabelece a Política Nacional de Incentivo ao Manejo Sustentado e ao Cultivo do Bambu. Com a lei, o bambu passa a ser considerado um produto agrossilvocultural, apto a receber incentivos à pesquisa, ao desenvolvimento tecnológico, ao manejo sustentável e principalmente o crédito rural.

DESENVOLVIMENTO DE PESQUISA

O desenvolvimento da cadeia produtiva do bambu se organiza a partir de duas necessidades prementes:

1- Formação de mão de obra especializada.

 

2- Desencadeamento de um projeto comunitário de cultivo de bambu em larga escala.

 

O 1º se concretiza a partir da realização de cursos para capacitação técnica e o 2º através do convencimento de agricultores e proprietários da região de que o cultivo de bambu, hoje incentivado, contará em um futuro próximo com uma demanda segura, crescente e rentável. A estratégia para gerar esse tipo de garantia é atrair para o programa setores da indústria da construção civil que utilizam madeira como matéria-prima para comercialização de estruturas para telhado, produção de marcos, portas, janelas e assoalhos. É fato que as construtoras vivem dificuldades na obtenção de madeira; há problemas relacionados à fiscalização, certificação, licenças ambientais, procedência e escassez, além da pressão pela preservação das florestas, principalmente em solo amazônico, o principal fornecedor. A ferramenta Sequestro de Carbono via reflorestamento para mitigar os efeitos do aquecimento global, vem se tornado um bom argumento para o cultivo do bambu, uma vez que pesquisas apontam como um vegetal de porte arbóreo com largo potencial para tais fins. Porém, somente esse fato não é suficiente para convencer investidores a se tornarem parceiros, mas se aliarmos esse dado positivo à demonstração de produtos com alto padrão de qualidade, design atraente, custo de produção comparável ao dos produtos tradicionais e substituição da matéria prima por recurso natural renovável, com propriedades físicas e mecânicas apropriadas, aumentam consideravelmente as probabilidades de sucesso. De acordo com a realidade descrita, nosso programa de desenvolvimento de pesquisa focará as seguintes ações: 1- Pesquisa de mercado sobre produtos madeireiros para construção civil; modelos, custos de produção, custo ao consumidor e logística de transporte. 2– Comparação de resistência e durabilidade dos materiais; resistência à tração, compressão, peso e processos de produção. 3- Desenvolvimento de produtos; criação de design e modelagem de treliças espaciais, marcos, portas, janelas, forros e assoalhos utilizando o bambu como matéria-prima. 4- Estudo de viabilidade técnica para adaptação do parque industrial.

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