Nos Estados Unidos, o dinheiro movimentado pela construção civil comprometida com sustentabilidade saltou de US$ 10 bilhões, em 2005, para US$ 236 bilhões, em 2013 – um aumento de 2.360% em nove anos. No Brasil, o negócio também ganha cada vez mais importância. O país foi eleito a sétima nação líder em certificações ambientais pelo Green Building Council (GBC), organização referência no setor. Construir uma casa ecológica correta está cada vez mais simples. É melhor para o planeta e para o bolso.
“Em um primeiro momento investe-se mais, mas como a manutenção de uma casa sustentável é menor, a economia é maior”, afirma Gonçalo Soares, um dos donos da Ecohabitar, empresa especializada em construções sustentáveis. Uma casa feita de acordo com os padrões LEED, uma das certificações do GBC, reduz o consumo de energia em 30%, o de água em 50% e o de resíduos em 80%. Para ser eficiente, o trabalho deve começar no projeto. Programas como o SketchUp permitem calcular em qual posição a casa aproveitará melhor a luz do sol, por meio de uma simulação 3D da planta no Google Maps. Confira os melhores materiais e técnicas no infográfico.
A energia solar é limpa e renovável e o custo diminui à medida que a tecnologia evolui e o incentivo governamental aumenta. Além das placas fotovoltaicas, já existem telhas e vidros que captam a radiação solar para convertê-la em energia elétrica. O problema é que a energia produzida não é tão forte. Para abastecer eletrodomésticos de 220 volts requer adaptações que encarecem o produto. Mas para aparelhos de menor consumo e aquecimento d’água, funciona muito bem e reduz o custo da energia da rede.
A água coletada nas calhas desce para a cisterna e é bombeada para uma caixa d’água secundária, no teto, que distribui o recurso. Ela pode reduzir o consumo de água da rede pública em até 30% por mês.
“Existem tantas opções de materiais naturais e reciclados no mercado que seria quase impossível listar todos”, diz o arquiteto Rafael Loschiavo. Não há desculpas na hora de comprar. Ao escolher entre aço, plástico, alumínio, ou madeira, observe se o material é reciclado e tem certificação ambiental. Evite o desperdício que pode ser responsável por acréscimos de até 25% do custo. Esquadrias steel framimg, por exemplo, feitas sob medida para cada projeto, acabam com a sobra de material.
Parte da laje pode ser usada para um telhado verde. O jardim ajuda a resfriar a casa – economizando ar condicionado – e pode servir como um espaço de lazer a mais. Cuidado com a manutenção e os vazamentos. Não se esqueça do sistema de captação de chuva: a água captada por calhas passa por uma filtragem simples, vai para a cisterna subterrânea e é bombeada para privadas e irrigação.
Janelas definem a ventilação e o aproveitamento da luz natural. A técnica da ventilação cruzada otimiza a circulação do ar e ajuda a manter a temperatura agradável. Persianas ficas como o brise impedem a incidência solar direta nas janelas e evitam superaquecimento.
6- MINIESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA E ESGOTO
Além da coleta seletiva, é possível tratar dejetos em módulos residenciais. O lixo orgânico e a água da privada e das pias podem passar por miniestações de tratamento de esgoto que limpam e permitem reúso na irrigação do jardim ou devolução ao lençol freático.
7- MÁQUINA DE LAVAR
A água com sabão que sobra da lavagem de roupas pode ser canalizada para lavagens. Usar a chuva é crucial, se a sua cidade não sofrer com a poluição da chuva ácida, como em São Paulo. A acidez danifica os tecidos.
8- CISTERNA PARA ÁGUA DA CHUVA
A água coletada na chuva é armazenada em uma boa cisterna e bombeada para a caixa d’água secundária para reúso.
9- ELETRODOMÉSTICOS CERTIFICADOS PELO PROCEL
Opte por eletrodomésticos com o selo do Procel Eletrobras de economia de energia. A certificação nacional, conferida pelo Inmetro, consome entre 10% e 15% a menos de energia que os demais.
10- MÓVEIS DE MADEIRA CERTIFICADA
Dê preferência a móveis de materiais naturais reciclados e madeira de manejo florestal. Há certificações, como a do Forest Stewardship Council (FSC), referenciado pelo LEED, que idenficam esses produtos.
11- SANITÁRIOS DE BAIXO CONSUMO
Além de reutilizar a água de chuvas, dá para economizar com as válvulas de acionamento duplo. Quando não há resíduos sólidos, o consumo é 50% menor.
12- ILUMINAÇÃO
Lâmpadas fluorescentes e de LED emitem mais luz do que calor. O resultado é uma economia de energia entre 75% e 95%, se comparado a modelos tradicionais, como os de filamento.
Camilo Gomide via Revista Planeta