A agroecologia é o estudo de ecossistemas em relação à produção de alimentos.
Mas leva a uma mudança de paradigma profunda. Enquanto a agricultura impõe uma função artificial na paisagem, a agroecologia estuda como podemos nos integrar com o ecossistema já existente, ou criar ecossistemas análogos. É a mudança do homem dominador da paisagem para o homem participante na teia de vida complexa que ocupa um espaço.
Em vez de estudar em livros, passamos a nos tornar íntimos de um lugar, conhecendo as nuances de cada momento, percebendo quando algo mudou: uma planta nunca mais vista, um novo canto de passarinho jamais ouvido. É se alegrar com a evolução de um sistema que fica cada vez mais rico em espécies e fertilidade. Mas ao mesmo tempo é aprender a fazer a leitura prática do local: os produtos para a nossa alimentação, os elementos produtivos que podemos inserir como parte do sistema já existente. O resultado final é também a nossa alimentação, como na agricultura, mas o caminho é totalmente diferente.
Os valores da agroecologia são outros. Na agricultura visa-se a produção. Na prática da agroecologia focaliza-se a saúde do sistema, confiando que este, uma vez harmonizado, levará à fartura. É aceitar o fato que JAMAIS vamos entender realmente as complexidades da Vida. Mas podemos dançar juntos, participando nos fluxos e refluxos do ano solar, numa atitude de profunda reverência.
É confiar que a Mãe Natureza – ou Deus – oferece tudo que precisamos para viver, em cada lugar do planeta. Só cabe a nós entender a dinâmica em potencial de cada lugar.
De fato é sair do mundo tecnocrata e artificial para um mundo simples e real, concreto. Assim, embora que a agroecologia é uma forma de estudar, de observar, se transforma também num estilo de vida, levando ao tão-sonhado Jardim de Éden onde o homem e a Natureza se integram como um corpo só.
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