As hortas comunitárias são, além de um pedaço de terra onde os moradores trabalham para cultivar tomates, cenouras e batatas, um lugar de socialização onde as pessoas criam vínculos entre si.
Em Berlim, inúmeras hortas cresceram, tais como “Allmende Kontor” e “Rübezahl Garten”. Durante o dia, carrinhos de mão e mangueiras são usados a todo vapor nas matas de ervas aromáticas e quando a noite chega, amigos brindam com cerveja para celebrar o espírito coletivo e a amizade.
“A horta não é apenas um lugar dedicado a uma atividade de auto-subsistência, mas um lugar de socialização”, explica a socióloga alemã Christa Müller, que escreveu um livro sobre o “urban gardening”. O fenômeno é internacional. Desde seu início nos bairros pobres de Nova York, já foram criadas hortas comunitárias em Paris, Montreal e outras cidades. Na capital alemã, houve um empurrão muito particular: a reunificação da cidade, após a queda do Muro no final de 1989, que dividiu Berlim por 28 anos. A mudança deixou uma grande quantidade de espaços vazios e abandonados.
Para a socióloga Christa Müller, esse movimento é uma espécie de contrapeso à sociedade neoliberal. Esses novos urbanos “ficam felizes de produzir algo eles mesmos, no lugar de encher o carrinho no supermercado”, considera Burkhard Schaffitzel, do “Rübezahl Garten”.
Via Outras Palavras
Ana Clara Zorowich
Redação Ecoeficientes